sábado, 22 de abril de 2017

Filmes brasileiros sobre a cultura japonesa


Existem alguns filmes feitos no Brasil falando sobre a cultura japonesa no Brasil. Cada um a seu modo. Aqui falarei de dois. Lembrando que eles não são como filmes de Akira Kurosawa ou Takeshi Kitano, ok? Mas podem ter um pé lá.
Corações Sujos, fala de algo que ocorreu de verdade no Brasil após os conflitos da Segunda Guerra Mundial.
A Shindo Renmei, ou "Liga do Caminho dos Súditos", nasceu em São Paulo após o fim da Segunda Guerra, em 1945. Para seus seguidores, a notícia da rendição japonesa não passava de uma fraude aliada. Como aceitar a derrota, se em 2600 anos o invencível Japão jamais perdera uma guerra? Em poucos meses a colônia nipônica, composta de mais de 200 mil imigrantes, estava irremediavelmente dividida: de um lado ficavam os kachigumi, os "vitoristas" da Shindo Renmei, apoiados por 80% da comunidade japonesa no Brasil. Do outro, os makegumi, ou "derrotistas", apelidados de "corações sujos" pelos militantes da seita. 

Militarista e seguidora cega das tradições de seu país, a Shindo Renmei declara guerra aos "corações sujos", acusados de traição à pátria pelo crime de acreditar na verdade. De janeiro de 1946 a fevereiro de 1947, os matadores da Shindo Renmei percorrem o Estado de São Paulo realizando atentados que levam à morte 23 imigrantes e deixam cerca de 150 feridos. Em um ano, mais de 30 mil suspeitos dos crimes são presos pelo DOPS, 381 são condenados e 80 são deportados para o Japão. Nesta sua volta à grande reportagem, Fernando Morais conta a história da seita nacionalista que aterrorizou a colônia japonesa no Brasil.
Uma ótima produção do livro de Fernando Morais. De um modo único como só ele consegue. Leiam e vejam o filme quando puderem.
Estação Liberdade fala sobre a s busca de um homem por sua identidade, ou melhor, as raízes de sua vida.
Mario Kubo, 35 anos, é brasileiro por direito, nascimento e documento. Terceira geração de descendente de japoneses (sansei), não tem nenhum contato com a cultura de seus avós, não fala a língua natal da família, tampouco segue filosofias orientais. Em crise no trabalho e no casamento com Elvira, Mario não tem filhos nem planos. Totalmente ocidentalizado, o protagonista se depara com o seguinte dilema: não se sente brasileiro, muito menos japonês.
Logo após o terremoto de 2011 que assolou o Japão com a grande tsunami, Mario recebe uma carta. Toda escrita em ideogramas japoneses – o que o impede de saber seu conteúdo -, a mensagem é carregada por ele a todo canto. Nesse momento, Mario parece despertar de um longo sono. Essa sua sensação de desencaixe o impulsiona a uma busca – que tem início no bairro da Liberdade.

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