terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Ficção Japonesa

Adoro ficção científica, mas nem tanto quanto meus amigos. Mas o que sempre curti foram obras desde as mais sérias (quase sempre baseadas em Asimov) até aquelas com teor mais heróico. Mas admito que meu gosto tem muito mais haver com a velha linha de mangás e animes shonen (histórias como Naruto, Full Metal Alchemist e Yu Yu Hakushô) em que o combate é um dos principais atrativos. Mas vamos tratar sobre esse tema interessante em algumas obras nipônicas.
Issac Asimov

-Um robô não pode causar mal a um ser humano ou, por omissão, permitir que um ser humano sofra qualquer mal - Primeira Lei de Asimov 
Osamu Tezuka, grande pai do mangá como o conhecemos hoje em dia, deve ter bebido um pouco das obras de Asimov. Isso pode ser visto em Astro Boy. Astro é um garoto robô, revitalizado por um bondoso cientista, com a finalidade de colocá-lo ao dispor da humanidade. O que o autor usou foi um roteiro mas certeiro: o criador original de Atom (nome original do personagem principal no Japão) queria criar um ser semelhante ao seu filho falecido. Alguém ai se lembrou de A.I. de Steven Spielberg? Pois é... Nem entrei no mérito das habilidades especiais de Astro (100 mil cavalos de força, foguetes e armas embutidas), pois o que realmente importa é o desajustamento dele diante os humanos, que jurou proteger. Um típico conto moderno de Pinóquio, em que se busca a própria humanidade. 
-"A flor de cerejeira é a primeira das flores, assim como o guerreiro é o primeiro dos homens".
O poema japonês, indica o código de conduta dos soldados nipônicos treinados para lutarem até a morte. Não é desconhecido da grande maioria, que a Segunda Guerra Mundial, mesmo sendo uma grande tragédia, inspirou alguns dos mais famosos autores em diversas areas (como citei anteriormente, J.R.R Tolkien e Osamu Tezuka são alguns deles). Mas sempre houve homenagens para aqueles que deram suas vidas na guerra. Um modo claro de se ver isso é a obra Yamato. Num planeta Terra devastado pela própria estupidez humana, a salvação se encontra no espaço. Sem possuir uma nave, resta usar um submarino da Segunda Guerra com o nome de Yamato. Para muitos, pode parecer tolice usar a carcaça de um veículo marinho destruido, mas não para os valores japoneses. Yamato afundou em 1945, levando consigo valorosos homens, que poderiam muito bem ser tratados como "samurais modernos". É possível notar isso até mesmo nas personalidade dos protagonistas e antagonistas que encarnam os valores típicos da época. Muitos gostam de Yamato pelos combates espaciais, eu pela demonstração de orgulho que os japoneses possuem por sua história. Seria bom se os brasileiros copiassem ISSO dos orientais! 
-"Eu me transformo em um pássaro. Que voa com as asas machucadas sobre o mundo tão selvagem" - Ai wa Ryuusei música do anime Gundam Wing.
Talvez um dos maiores sucessos no quesito robôs não seja exatamente uma inteligência artificial criada para parecer humana ou uma nave espacial, mas sim os mechas (robôs tripulados). E seu maior nome até hoje é Macross (conhecido nos Estados Unidos como Robotech. A história inicial é simples: os humanos tem que impedir a invasão de uma raça alienígena chamada zentraedi. Isso ocorre enquanto se desenvolve um triângulo amoroso entre o piloto Hikaru, a tenente Misa Hayase e a cantora pop Linn Minmay. Aliás ela que canta a música tema "Ai oboete imasu ka" (Você se lembra do amor) dublada por uma famosa seiyuu do Japão na época, Mari Ilijima, que até hoje é adorada por lá. A guerra ocorre enquanto todo esse triângulo acontece, trazendo mais amores e paixões latentes: imaginem Top Gun versão anime... é por ai... A história deu um dos principais pontapés para séries como Gundam, Neon Genesis, Evangelion, Escaflowne, Code Geass, entre outros que surgiram. Além dos famosos mechas que mudam de forma (que eu tenho costume de chamar de "transformers"). E isso influenciaria até o live actions japoneses... Tá nem tudo que veio disso foi bom, fazer o que... 
-Um robô deve proteger sua própria existência , desde que essa obrigação não entre em conflito com a Primeira e Segunda Leis - Terceira Lei de Asimov.
Que o japão é conhecido por um desenvolvimento tecnológico, muitos sabem. Um país onde a tradição anda junto com coisas como a robôtica. E um grande autor com essa temática em seu trabalho é Masamune Shirow. Algumas de suas obras mais conhecidas são Black Magic e Ghost in the Shell. Vou citar mais a segunda, mais conhecida por aqui. A ambientação cyberpunk tem como protagonista a major Makoto Kusanagi. Ela é uma ciborgue quase completa, mantendo somente seu cérebro orgânico. Liderando uma força especial em um Japão futurista, enfrenta situações onde os limites humano/máquina são questionados. Deu pra sentir o clima né? Aqui aparece uma coisa parecida com Astro Boy, mas no sentido inverso. A personagem nasceu humana mas pouco a pouco vai se tornando mais máquina. Não é algo tão parecido, mas é mais simples de se entender.

Autores como o já citado Tezuka, sempre gostaram do tema ficção científica. Tanto que é sempre usado em suas obras mais conhecidas, e vez ou outra, surgem subtipos dessas histórias: robôs, aliens, viagem no tempo, entre outros. Isso inspirou vários autores. O que nos leva a lembrar do meu post anterior com nomes de obras maravilhosas como Ghost in the Shell (Masamune Shirow), Macross (ao qual recomendo que procurem obras desenhadas por Haruhiko Mikimoto) e Gundam. Mas não foi só Osamu Tezuka quem inspirou as gerações atuais de desenhistas japoneses. Vamos viajar pelas estrelas!
  
-"Espaço... A fronteira final"
Poucos aqui do Sarjeta conhecem essa série (talvez ninguém, além de mim). Mesmo eu só assisti três episódios em VHS. Está pensando que vou comentar sobre Star Trek? Até poderia, mas vou falar de A Lenda dos Heróis Galácticos, como algumas das melhores obras. A obra surgiu de uma série de livros que rendeu mangás e OVAs, criados por Yoshiki Tanaka, O enredo da história trata de dois personagens: o almirante Yan Wenli dos Planetas Livres, que tenta proteger a Aliança dos ataques imperiais; e do comandante Reinhard Von Lohebgramm, que busca vingança contra o imperador e um dia pretender tomar seu posto em Das Reich. Além do uso de ideias clássicas de guerra nessa história e algumas até de filmes (uma "aliança rebelde" contra o "império do mal" com nomes de teor fascista? Já ouvi isso antes...). A Lenda dos Heróis Galácticos traz também combates fantásticos! Batalhas colossais, o uso de gravidade de um planeta, se aproveitar de um buraco negro ou outras coisas do gênero são usados para favorecer os dois lados do conflito (isso me lembrou uma certa enterprise... que coisa!).
-"No espaço, ninguém pode te ouvir gritar"
Quem falar Goku como exemplo de alienígena eu juro que puxo o pé a noite! Sério. Voltemos para a Patrulha Estelar (ou Yamato). Além do fato de ter citado o patriotismo que esse anime/mangá possui, a obra também possui aliens. Lembrando que a história de Yamato foi sempre alvo de empresas interessadas em aproveitar os diversos enredos, dela foram feitas várias obras com temática diferentes. Vou colocar uma que os fãs adoram. Em uma história situada no futuro, a Terra está sob o domínio dos Gamilons, que utilizam a radioatividade para dominar o planeta. Em função disso, os humanos vivem em subterrâneos. Quando uma raça alienígena oferece ajuda aos terráqueos, uma tripulação é enviada ao planeta Iskandar com o objetivo de buscar a tecnologia necessária para destruir os Gamilons. Mas um dos destaque dessa versão é o vilão, que na primeira obra série é um inimigo, para após ver o valor da humanidade, se unir a eles em suas aventuras.  
-"It's alive! IT'S ALIVE!"
Vou contar a vocês uma linda história. Era uma vez, na Terra, um bando de alienígenas malignos que produziram uma arma genética perigosa e poderosa. Seu nome era Unidade Guyver. Ela é como uma armadura que surge quando acoplada a um ser vivo que possui perceptor de alta sensibilidade, bolas de metal nas laterais que detectam inimigos, espadas de ondas com alta vibração que saem dos cotovelos, defletores de raio laser, duas unidades de energia que ficam no peito e soltam um mega-raio (E você achou que só Tony Stark tinha isso? Pense de novo!), capacidade regenerativa, além de ter aumentada a sua força natural em 100 vezes. E como toda boa história japonesa, ela cai acidentalmente nas mãos de um rapaz.
Além de mostrar histórias sombrias, Guyver (nome da obra), mostra mutações genéticas de diversos tipos. Mas diversos tipos mesmo! Mas eu, sinceramente prefiro os tokusatsus clássicos para enredos que tratam de genética. Ainda adoro ouvir, "HENSHIN!" e "Kamen... Rider... Black!"
P.S.: Guyver deve uma versão em filme hollywoodiano que não fez tanto sucesso quanto o anime e mangá, mas que contava com nomes como Mark Hamill, o eterno Luke Skywalker. Para azar dele, ele era um tira que é pego pelos alienigenas e transformado em um grilo gigante monstruoso. Bizarro...
-Não é possível mudar o tempo.  
As pessoas mais esclarecidas vão falar, "mesmo que pudesse viajar no tempo, não mudaria nada", mas antes de obter tal perspectiva, com certeza elas deveriam querer fazer isso. Mudar a linha do tempo para conseguir que algo estivesse de acordo com os seus desejos. Uma das obras que melhor fala disso é A "Máquina do Tempo" de H.G. Wells (que também escreveu "O Homem Invísivel" e "A Guerra dos Mundos"), porém vou falar de um anime com uma temática parecida com o primeiro livro citado.
Makimura Koutarou decidiu, este vai ser o verão. Ele vai dizer a garota de seus sonhos, Serizawa Kaho , como ele se sente sobre ela. No entanto, um encontro casual com uma mulher estranha, conhecida simplesmente como Ligene, manda Koutarou ao futuro, após as férias de verão terminarem, e as coisas não são como ele imaginava que elas seriam. Lá, ele descobre que Kaho morreu tragicamente em um acidente de trânsito depois de se tornar sua namorada! Agora ele está em uma missão para salvar Koho ​​de seu destino infeliz, mas não vai ser fácil. Ele está preso em um fluxo de tempo, viajando para diferentes momentos esporadicamente, tendo que ajudar outras pessoas no caminho, a fim de finalmente mudar o seu destino. Esse é o enredo de Hourglass of Summer.




Seja uma história falando de robôs, aliens, viagens no tempo e genética, a ficção científica é uma das mais belas (ou no mínimo interessantes) categorias de animes/mangás.

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